Um ser que pensa que poderia dentro de sua liberdade e criatividade expressar suas idéias, seus pensamentos e ser ele mesmo. Esta, infelizmente, não é a realidade. Aparece como um ser moldurado pelo sistema educacional vigente, pautado pelo didatismo, produto da sociedade em que vive.
O ser humano e a própria sociedade na qual está inserido é fruto do autopsiquismo. Um ser aprisionado em si mesmo. Produto de uma educação condiciona, alienada a ponto de se encaramujar ao mascarar suas idéias e pensamentos nas de outrem.
Um ser que tem convicções, mas, não as expressa. Contraria a sua consciência silenciada. Convive a contradição na formação, onde não teve vez, nem voz, acumulando revoltas ao viver na incoerência. A incoerência, diz Rosália Monteiro, é resultado da discrepância entre ideal e o real. E como conseqüência o afastamento dos objetivos espirituais. O ser humano, há séculos, vem demonstrando pouquíssimo interesse em erguer as bandeiras das quais se diz portador. Assim muitas pessoas se determinam à aplicação das idéias universalistas de modo simples e direto. E desta forma, abstêm-se das falaciosas propostas da maioria de grupos que pensam sobre amor e paz, apenas durante algumas horas quando se reúnem, entre os afins, em seus locais de encontro.
E, não sabendo lidar com a oportunidade de expressar-se reprime suas convicções. Ao descobrir que ainda não se desvencilhara das amarras impostas por uma doutrinação tradicional e ditatorial, procura, aos poucos, adequar-se ao pensar de outrem, tanto teológico, político, ético e filosófico, abstraindo-se do pensar por si mesmo e do ser ele mesmo. As idéias que borbulham na mente, timidamente, as expressa diante das distorções e incoerências vividas.
Como ser racional quer sair do anonimato.
Para isso, foi preciso conviver com pessoas comprometidas com uma educação voltada à formação integral, libertadora, alargando seus horizontes deixando o esconderijo e a máscara imposta por uma formação retrógrada cair.
Finalmente, liberto das amarras preconceituosas imposta por educadores tradicionais e de consciência tranqüila, vê no profeta de Deus, Cristo, sua aprovação na postura ética alicerçada na regra áurea, o amor.
E como um ser tridimensional, físico, psíquico e espiritual vê a sexualidade como a dimensão fundamental à vida social que dá sentido e perpetuação do ser humano. Sabe-seque na tradição cristã tudo o que Deus criou “era muito bom” e continuaria sendo, se não fosse o afastamento do ser humano de seu Criador.
A realidade do “muito bom” foi desvirtuada, pela conseqüência de uma má administração. Tudo o que Deus criou é bom. O homem em sua incompletude fez e faz mau uso. Mau uso da droga extraída da natureza, bem como da sexualidade ambas criadas por Deus para o bem e mau uso da religião que resultada necessidade do ser humano em buscar a Deus. A religião, como busca de Deus e do sentido da vida por parte do indivíduo, numa ação imperiosa de comunhão com o Ser Superior, visa o retorno a plenitude. E o mau uso dessa ação resulta em diferentes denominações religiosas. As quais sancionaram dogmas e doutrinas excludentes, contrariando o espírito de amor. Não deixando Deus ser Deus.
Sendo a religião uma experiência pessoal do ser humano, cabe só a ele decidir suas convicções espirituais, bem como, assumir a responsabilidade e conseqüências advindas de uma postura ética social.
Um ser que sempre desejou ser ele mesmo. Porém, muitas vezes viu a possibilidade escapar entre os dedos como água.
Criatividade, pensamentos, idéias quase sempre foram sufocadas quando não por rejeição, por imposição de doutrinas pré-fabricadas e recheadas de idéias centenárias descontextualizadas. Exigia-se criatividade e liberdade sob determinadas condições na atividade profissional. Dava-se com uma mão e tirava-se com a outra.
Foi educado a reproduzir.
Na poesia pode manifestar suas dúvidas, gerir discussão em busca de entendimento e compreensão. Além de desafiar a mente a refletir as metáforas, as figuras de linguagem proporcionar oportunidades de expressar anseios, angústias e sentimentos vividos ao longo dos anos que permeiam sua vida. O livro mostra retalhos da autobiografia na medida em que desenvolve o roteiro focalizando o desejo de ser ele mesmo.
Sem pretensão de trazer soluções aos questionamentos, analisa as deficiências da vida e incompletudes humanas. Objetivando naturalmente o ensejo de mudar a maneira de ser e ver a vida a luz da verdade do mestre Jesus. Rever a situação religiosa e principalmente a espiritualidade do ser humano.